Itaú e Banco Indusval entram em comercialização de energia elétrica

Itaú Unibanco e o Banco Indusval decidiram entrar na área de comercialização de energia elétrica, um mercado que tem crescido em ritmo acelerado no Brasil, em meio a bons resultados das empresas que operam com “trading” de eletricidade ao longo dos últimos anos.

O maior banco privado da América Latina anunciou nesta segunda-feira a criação de uma diretoria de comercialização de energia em sua unidade de investimento Itaú BBA, enquanto o Indusval teve aval do órgão antitruste brasileiro para comprar uma comercializadora do Grupo Matrix, da DXT Commodities.

Com o movimento, as instituições financeiras somam-se ao banco BTG Pactual, que opera no mercado elétrico desde 2010, quando comprou a Coomex, e ao Santander Brasil, que abriu uma unidade de comercialização no final de 2018.

A aposta dos bancos no setor acontece em meio a planos do governo brasileiro de levar adiante uma reforma regulatória que ampliaria o mercado livre de eletricidade, segmento em que grandes consumidores, como indústrias e centros comerciais, podem negociar o suprimento diretamente junto a geradores ou comercializadoras.

Governo avança para dar fim a tomada a três pinos

A tomada de três pinos está com os dias contados no Brasil. Pelo menos no que depender da vontade do presidente Jair Bolsonaro. O governo brasileiro está se articulando para dar um fim ao padrão adotado de forma obrigatória desde 2011 e que sofre com críticas por ser diferente de modelos usados na maioria dos países.

Segundo o jornal Valor Econômico, o assunto voltou à pauta no Planalto após a divulgação recente dos resultados econômicos brasileiros. Com números abaixo do esperado, o Governo entende que este seria um bom momento para revogar o uso compulsório da tomada de três pinos. “A sociedade brasileira, com toda legitimidade rejeitou a tomada de três pinos”, afirmou o secretário especial de Produtividade e Competitividade, Carlos Alexandre da Costa.

Colocar esse plano em prática, contudo, não será uma missão das mais fáceis em Brasília. A mudança é vista com resistência por órgãos técnicos. À revista Época, o diretor técnico da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Guilherme Tolstoy, classifica a possibilidade de alteração como um “retrocesso”. Segundo ele, não há possibilidade de ser eletrocutado com a tomada de três pinos. “Seria caótico mudar isso”, disse.

Tolstoy defende ainda que a mudança traria um impacto econômico contraproducente ao País. “Quantas construções foram feitas no Brasil nos últimos oito anos com esse modelo de tomada? Todos os fabricantes de eletrodomésticos e produtos elétricos estão fabricando com o novo modelo de plugue”, disse.